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Arquitetos: José Cubilla
- Área: 220 m²
- Ano: 2021
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Fotografías:Luis Ayala, Federico Cairoli
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se de uma casa de baixo impacto na periferia de Assunção, muito perto do rio Paraguai. Compreendendo os aspectos biofísicos do local, pareceu-nos importante assumir uma construção de baixo impacto com uma implantação amigável e com a menor pegada possível em uma floresta nativa baixa, úmida e inundável.
Decidimos resolver a casa verticalmente como uma ilha nesta floresta e neste solo especial, respeitando a maravilhosa flora e fauna nativa do local. Capte as energias do local e acrescente materiais amigáveis. Propusemos a terra, e a pedra na sua materialidade. A água na sua coluna principal e a lagoa ecológica e piscina exterior, o fogo como unidade central unificadora ou o fogo da lareira nos vários níveis da casa (sala de yoga, salão social e quarto principal).
O sistema construtivo é em taipa de pilão, que se eleva sobre uma plataforma de pedra bruta. A casa é bastante austera, construída com materiais locais e mão de obra local. O objetivo era tentar alcançar um equilíbrio em um lugar bonito e tranquilo com muita conexão com a natureza.
Eficiência energética. Paredes largas e perfurações justas para a entrada de luz e ventilação, onde mantemos a penumbra necessária em um clima subtropical úmido e muito quente. A taipa é ideal para melhorar a inércia térmica, além de seu baixo impacto construtivo.
A energia geotérmica superficial e as piscinas naturais que assentam as águas cinzentas e negras, o fogo como elemento primordial no núcleo central são outros componentes importantes nesta experiência construtiva elementar. A Lagoa natural é uma resposta a um solo pouco absorvente.
A planta resolve-se como um espaço que se articula verticalmente por meios níveis em torno de um núcleo central (água e fogo) Ao longo do percurso vamos descobrindo e intuindo partes da bela floresta e daquela luz filtrada, os aromas, murmúrios e o silêncio da lugar.
A importância da ventilação cruzada, do ar e do oxigénio pertinente que se dissolvem nesta especialidade vertical e que culmina num terraço ao ar livre ligado à floresta, ao horizonte e às estrelas encontram as premissas acordadas com o cliente para a concretização desta casa ou refúgio espiritual. Chamamos de Mirikina em homenagem ao ilustre visitante ou duende da floresta (primata ou macaco local) que nos acompanhou durante todo o processo e construção com muita paciência e gentileza.